If you're not the one.
Profile

Your profile here. You can choose to write a full-length essay about yourself, or you can choose to just reveal your name and age and whatnot, or, you can choose not to reveal yourself at all.

Tag

Your tagboard codes here. Best is <110px, yep!

Links

Layout: vehemency
Icon: reruntherace

Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend
Friend

18.4.14, 02:32
Sobre a espera.

E então eu esperei, pacientemente.
Fui até o banheiro, despi-me lentamente, cantarolando músicas que não fazem sentido. Liguei o chuveiro e deixei o vapor tomar conta de minhas ideias.
A água quente caía no corpo, que a recebia como um abraço apertado. E lá fiquei com as melodias sem fim e sem sentido. E esperei.
E então meu dedos começaram a ficar enrugados, me avisando que já passava da hora de sair do banho.
Pegando a toalha sem muita vontade, me enrolei e saí do chuveiro.
Fui até meu quarto e fiz aquilo tudo que todo mundo faz.
E esperei, usando meu pijama favorito; uma camiseta velha e surrada de tamanho três vezes maior que o meu e um short velho já bem confortável.
Fui até a cozinha, preparei um drink qualquer com muito mais vodka que o necessário, voltei pro quarto e esperei.
De gole em gole, esperei.
Enquanto estava esperando, conversei com meu gato sobre como ele conseguia passar a vida toda esperando. Languidamente, ele bocejou. Um bocejo de uma boca rosa e dentes afiados. E então voltou a dormir. Acho que entendi seu recado: vai dormir que a espera diminui.
Tentei.
Falhei.
E continuei esperando; além da espera inicial, agora esperava pelo sono, que também não veio.
Meu bom drink com muito mais vodka que o necessário acabara. Fiquei cogitando a ideia de fazer mais um. Mais dois. Mais dez.
Não.
Fica quieta na cama, mulher. Fica quieta e espera.
Esperei.
Cansei e me levantei, já não dava mais pra esperar lá. Aquele lugar que um dia já foi um santuário agora é o lugar onde falo com você. E você não está lá.
Respira fundo. Vai passar.
Não passa.
Vou até o computador ouvir alguma música, já que minha rádio mental continua tocando melodias sem sentido.
Abre os vídeos favoritos e, lógico, tudo o que tem lá é seu. Ou me lembra você.
Chega, não dá.
Fecha a lista de favoritos e vai pra qualquer lugar dentro da internet, mulher. Qualquer coisa diferente - única.
O gato arranha a porta e chama:. Mãe, abre essa porta. Me deixa esperar com você. -click- Meu companheiro de espera adentra o escritório e me faz companhia, ronrona.
Puta que pariu, eu não aguento mais esperar.
Começo a me perguntar o que diabo é isso. O que eu sinto? Por que é tão ruim esperar? O que eu estou esperando?
Quem eu estou esperando?
Um amante? Um amor? Não... é mais simples que isso, eu acho. Eu espero que.
Espero um estranho. Espero o meu estranho favorito.


Posso ouvir seu riso daqui, estranho, se divertindo com outros estranhos. Os seu estranhos.
E eu sinto uma pontada gélida aqui no peito, sabe? E eu espero.
Espero você voltar pra gente ter uma conversa doida, espero tua visita no meu quarto, na minha cama.
Espero o estranho que vivencia tantas sincronicidades comigo e não percebe do mesmo jeito que eu, que não entende ou não se importa.
A gente fala junto, tem datas de coisas iguais. Mesmos gostos, mesmas estranhezas e vazios parecidos.
Tu és o melhor estranho que eu poderia não conhecer.
E eu espero.

Espero que tu leias isso um dia, sem eu te mostrar.
Espero que tu voltes logo pra minha noite.
Espero que tu entendas meu egoísmo quando digo que não quero que tu te divirtas com outra pessoa que não eu.

Espero que tu compreendas esse amontilado de palavras e, de alguma forma, saiba do que eu vos falo.

E eu chego ao final dessa espera com uma certeza: ...

Não sei ao certo como dizer sem parecer piegas ou exagerada. Não sei dizer sem parecer uma imbecil.
Eu aprecio a sua existência.

E chegando até aqui, esperando, te digo: Não é o que parece, menino.




23.4.11, 21:47
As cores dentro do cinza.

Dia estranho, dia cinzento. Tão colorido aqui dentro.

Choveu, não senti o cheiro e nem vi a cor... Eu estava trancada, lá dentro. No frio e no escuro. Sozinha, com mil pessoas ao redor.

E agora, um banho morno e agradável... e um chá.







Eu gosto de verde.




26.8.09, 13:09
Que livro você é?


"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector
Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.


----
É, vai ver eu sou.




00:06
Tudo voltando ao seu lugar.

Finalmente as coisas estão começando a se acertar.
Acho que consegui canalizar a minha criatividade em alguma coisa que me faz bem ( finalmente, mocinha! ).

Acho que algumas pessoas ainda não sabem quem são. Não sabem quem querem ser. Não sabem ser quem são. Não sabem querer ser o que são.
Eu sei quem sou, eu sou o que eu quero ser. Eu sei ser quem quero ser.
Acho  também que cada um de nós tem algo de muito bonito do lado de dentro. E acho que também temos os nossos demônios. Só que alguns de nós não conseguem lidar muito bem com esses demônios.
Talvez elas nem saibam que têm um dentro de si! Ou talvez sejam vários...
Cada uma dessas pessoas têm um universo dentro de si. Têm milhares deles dentro de si. E é isso que faz de cada uma delas, uma pessoa especial. E creio ser por este motivo o meu fascínio pelas pessoas. Gosto de poder lê-las, como eu faria com um livro, e descobrir todas as suas estórias, todas as suas vidas, todos os seus universos internos.

Gosto de poder apagar a luz, entrar no meu universo interno, fechar a porta e trancá-la. Sentar e conversar comigo, por horas e horas, até descobrir coisas boas e ruins.
Até eu me deparar com meu abismo, e olhar diretamente para ele, e não cair. E não sentir medo. E saber que de alguma forma, depois de todas as minhas tempestades, depois de ter derrubado todas as montanhas e ter destruído todos os meus vales, eu sobreviverei. Saber que alí, nada e nem ninguém além de eu mesma é capaz de me ferir. E por mais tranquilizante que isso possa parecer, é assustador. Porque todas as cicatrizes que tenho, todas as minhas pequenas feridas internas... todas elas, fui eu quem causei.
Mas isso me torna mais capaz e mais forte, por saber que ninguém além de mim é capaz de me ferir por dentro.

Às vezes eu sinto como se só eu pensasse essas coisas, como se o que eu sou do lado de fora não condissesse com o que eu sou do lado de dentro. E, por um breve momento de existência única, eu me deparo quase me importando com o que alguém pode pensar.
E então, começo a rir. E sinto raios e trovões nascendo dentro de mim, com tal fúria por eu me importar por tão pouco, que quase consigo transbordar fúria pelos meus grandes olhos verdes.
Eu não deveria ser a pessoa mais feliz do mundo? E, em alguns breves momentos, eu sei que sou. Mas logo depois minhas montanhas e vales voltam a crescer, me levando de volta à uma batalha interna, onde eu sei que sairei vitoriosa mais uma vez, onde eu vencerei os meus medos e lamúrias. Onde eu sou a Senhora do Tempo, as coisas somente existem lá porque eu as deixo existir.

E mais uma vez eu saio soberana de uma batalha contra meus próprios demônios.
E mais uma vez eu descubro um novo universo poeirento dentro de mim, onde coisas precisam ser colocadas em seus devidos lugares...
... onde eu posso ser eu mesma, sem temer nada, além de mim.